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DOMINGO DE PÁSCOA EM FAMILIA

                                                       DOMINGO DE PÁSCOA EM FAMILIA JOSÉ FERNANDO MENDES Nesta páscoa de 2025, com um belo e esplendoroso sol, fazendo um dia como sempre é nessa data festiva, recebi, na minha casa, meus três filhos. O mais velho veio com sua esposa e minhas duas netas; minha filha veio com o marido e o enteado, que não ficaram pois foram visitar a mãe em outra cidade, ficou apenas minha filha que não trouxe a neta, sua filha, pois foi, com o namorido visitar a vó do mesmo em uma cidade litorânea; e o meu filho mais novo, que é solteiro. A conversa rolou solta, sobre vários e diversos assuntos. Sugeri bebermos uma caipirinha de vodka com limão feita pelo meu companheiro, especialista em caipirinha, embora não beba, mas faz pra mim todo domingo. A caipirinha f...

O QUE FALARÃO DE MIM!

  O QUE FALARÃO DE MIM! Estava eu desta vez preparando o almoço, e não lavando a louça como sempre acontece as ideias me ocorrerem, veio em meus pensamentos os falatórios das pessoas sobre o Papa Francisco que faleceu semana passada, e assim como todos que morrem, principalmente famosos os comentários acontecem aos borbotões, bons e ruins, bondosos e maldosos, interessantes e idiotas, mas acontecem, não importa quem tenha morrido, nem como morreu, mas falam. Dos famosos fica-se sabendo mais pois estão nas redes sociais, isso que eu leio apenas facebook, e já nem dou conta de tanta coisa para ler. Leio alguns pois sao centenas. Leio mais pela curiosidade de ver exatamente a disposição das pessoas em falar algo da vida de alguém que não mais está aqui para se defender. E nem precisa, pois quando morre, viram santos. Isso serve para todos. A verdade seja dita, e algo me pergunto e sempre me perguntei: por que as pessoas costumam endeusar, suavizar, amenizar e transformar as pessoa...

ENFRENTANDO A MINHA TEMPESTADE

  ENFRENTANDO A MINHA TEMPESTADE Caminhava sem rumo. Apenas caminhava, sem saber o que poderia acontecer pois a hora não era propícia para estar na rua. Madrugada de um dia de inverno úmido e noite sem estrelas, céu fechado, enferruscado e nervoso, vindo algum brilho apenas entre as nuvens extremamente escuras por raios que borbulhavam e ensurdeciam com seus altos rumores, causando medo a quem estivesse suscetível a medos. Eu não. Seguia em frente sem dar a mínima importância para todo o deprimente cenário que se apresentava à minha frente, a cada passo que dava. Não via ninguém nas ruas por onde passava. As casas todas enclausuradas, completamente fechadas e na mais plena escuridão, algumas atreviam-se a manter a luz acesa, provavelmente na tentativa de sair do breu que a madrugada proporcionava. Eu na rua, na completa e total solidão. Continuava minha caminhada sem saber para onde ir, apenas seguia em frente, naquela rua imensa, larga, com enormes árvores que revolviam pelo v...

NAMORADEIRA

 NAMORADEIRA Todos os dias quando busco jornal, normalmente e quase sempre, de segunda a sábado, pela manhã por volta das dez horas - mas em outros horários também -, lá está ela, esperando por mim - e por todos que passarem por sua casa -, debruçada sobre a sacada descaradamente, com um sorriso constante nos belos lábios carnudos, pintados com um vermelho chamativo, que apenas em olhar para eles algo se mexe dentro de mim assim como de qualquer pessoa, pois não tem como ignorá-los, bem como seus olhos enormes, como duas jabuticabas saborosas, suculentas com o olhar doce e chamativo, demonstrando extrema necessidade de piscar, mas ficam fixos, imóveis, apenas observando e dissecando a todos que por ali passam, exercendo a função dela: namorar. À medida que vou chegando próximo daquela casa roxa – de um roxo forte, combinando com aquela namoradeira que está sempre no mesmo lugar, dia após dias, apenas observando, cuidando e chamando a atenção de todos que passam por lá, minha atençã...

SERIA UM DISCO VOADOR?

  SERIA UM DISCO VOADOR? Muitas crianças brincando alegremente, soltas, livres e felizes, correndo por toda a rua, com os pés descalços. Os pés, já não se via a pele, estavam cobertos, por uma camada espessa de terra - as ruas ainda não eram calçadas - misturada com cinza que caía de um imenso - tanto em largura quanto em altura - cano da usina termoelétrica, além de um pó de carvão bem fininho que fluía numa nuvem espessa, escura pairando sobre tudo e sobre todos que na rua estavam,   proveniente da empresa mineradora de carvão; e mais ainda, após alguns anos, a fuligem de uma grande siderurgia ajudavam a compor aquilo que fazia desaparecer a pele das crianças, meninos e meninas, que não davam a mínima para o estado de seus pés, de suas pernas, de seus braços (nem tanto quanto os pés e pernas), de suas roupas, que impediam identificar a cor devido aquela mistura de pós poluidores (naquela época não se ouvia falar muito nisso). Eles rolavam naquele chão revestido por alguns ...

DIVÓRCIO

 DIVÓRCIO Uma querida amiga pediu para que eu escrevesse sobre o divórcio. Algum tempo atrás alguém já havia me pedido para escrever sobre esse assunto, e não sei porque, mas não escrevi. Acredito que até saiba o por quê, afinal de contas, tudo o que eu faço ou diga, ou deixe de fazer e deixe de falar, no caso aqui, escrever, eu sei. Como dizia a terapeuta que frequentei por 5 meses quando me separei, me divorciei, “tu és o único paciente que chega aqui com perguntas mas que já tem as respostas”, isso porque, quando comecei a fazer a tal terapia para poder me entender, entender o motivo de toda a explosão que estava acontecendo dentro de mim, na minha vida, completamente transformada, modificada, fui recomendado que fizesse e assim o fiz.  Foram meses de bastante conversa para me aceitar, me conhecer e me entender – é muito bom ter alguém para conversar nesse momento, alguém que seja imparcial à situação e te diga o que nem queres ouvir mas é preciso ser dito e escutado – até,...

DEDICAÇÃO

  DEDICAÇÃO Quando nos dedicamos a algo ou principalmente para alguém, seja da maneira como for, sempre haverá um empenho que vai valer a pena, mesmo que este algo não seja capaz de nos retribuir, mesmo que essa pessoa, esse alguém, não reconheça ou até mesmo não entenda, para nós basta sabermos que fizemos a nossa parte, e tudo o que vier é o suficiente para nos fazer feliz. Dedicar-se não quer dizer ter posse, se apoderar; é simplesmente cuidar, zelar e fazer de tudo para que aquela pessoa sinta-se da melhor maneira possível, sem jamais força-la a nada, mas apenas sentir que estamos fazendo por ela o que ninguém mais faria se não houvesse um sentimento maior do que o amor que sentimos. Enquanto que, se for para trabalho, ou algo, apenas haverá uma dedicação igual a que temos por pessoas, se for um trabalho que valha a pena a nossa dedicação, e a mesma coisa para algo. Só há dedicação quando amamos de verdade: a pessoa a quem nos dedicamos, o trabalho que exercemos, os obj...