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APRENDER

  APRENDER Não lembro mais qual foi o gatilho para que eu viesse a escrever sobre essa palavra APRENDER. Lembro que estava vindo do mercado e avistei ou ouvi alguma coisa que me remeteu a essa palavra, e, assim como sempre acontece, comecei a divagar sobre o significado e como funciona essa palavra. O que é aprender? A partir dessa pergunta comecei a pensar que o aprendizado já começa no instante momento em que somos arremessados para fora de nossa mãe – no parto normal, ou tirados na cesariana -, e a primeira coisa que devemos fazer para nos mantermos vivos e seguirmos nossa vida seja ela como será conforme a vontade de Deus que nos enviou para algo fazermos, algo sermos e também termos, é soltar o berro, ou seja, chorar – porque não, sorrir? – para nossos pulmões se abrirem e começarem sua função de receber o oxigênio por nossa conta e risco – chega de receber respiração da mamãe, e ficar deitado em berço esplêndido ao som do mar, opa, não era um mar, embora tivesse muito líq...

MACHO E FÊMEA

  MACHO E FÊMEA Este texto, com este título, surgiu do que vi , do que presenciei, hoje, quando fui levar alguns quitutes (tomates picados, talos de couve picados) para as 23 galinhas e 1 galo que já estão acostumados com esses quitutes bem picadinhos para que todas possam comer, dependendo da agilidade e esperteza de cada uma. Procuro distribuir atirando os quitutes em lugares afastados para que todos consigam alcançar, as galinhas mais velhas - são mais espertas e mais ágeis e as novinhas são obedientes e sabem da hierarquia -, inclusive para o galo, um lindo e elegante galo de 5 meses, enorme, penas brancas, com algumas nuances pretas e amarelas. Mesmo atirando os quitutes perto dele, esse galo, assim como os outros que já fizeram presença no pátio, não tem iniciativa, não tem peito – embora o peito seja imenso, pomposo dando-lhe um ar de poder, só que não – não tem coragem de aproveitar os quitutes, mesmo aos seus pés, pois lá vem elas, alvoraçadas, cocoricando e estabanadame...

A BELA SOLITÁRIA DE VERMELHO ESCARLATE

  A BELA   SOLITÁRIA DE VERMELHO ESCARLATE Saí de casa para comprar açúcar demerara, que há dias estou precisando repor, pois hoje, só tem uma dose. Mesmo com o tempo não muito firme saí. Aproveitei que tinha um vento forte, daquele que vem para levar a chuva pra longe e nem guarda-chuva peguei como precaução, confiando na intuição. Dobrei a esquina e fui descendo a rua. Antes de chegar na outra esquina, já me chamou atenção aquele vermelho escarlate que se destacava do verde das árvores, e das demais coisas que estavam à sua volta, chamando-me atenção pois era um tom muito lindo. Aos poucos fui chegando mais perto e vislumbrando aquela beleza solitária. Mesmo sozinha abandonada, não se mostrava triste, muito pelo contrário, demonstrava altivez e rebolava-se toda, se ostentando com as lufadas de vento que a fazia ondular e voltar à sua pose austera e abusada de tão bela. Antes de atravessar a rua, olho para os dois lados, mesmo sendo domingo, todo cuidado é pouco, visto qu...

UM CAVALO, UMA CARROÇA, UM HOMEM E UMA CRIANÇA

UM CAVALO, UMA CARROÇA, UM HOMEM E UMA CRIANÇA Acabei de presenciar, da janela do meu quarto, uma cena linda, singela e incrivelmente maravilhosa, em se tratando dos dias de hoje, onde não mais dão valor às coisas da natureza, optando pela praticidade, conforto, rapidez e até mesmo status de um carro. Cheguei na janela do quarto para ver o motivo do alvoroço dos cachorros, que não precisa muito para ficarem enlouquecidos e latindo alucinadamente, e eis o motivo: vinha adiante, mais na esquina – minha casa localiza-se bem no meio da quadra – uma carroça. O som do galopar do cavalo ecoava forte e firme sobre os paralelepípedos já desgastados e irregulares da rua calçada há mais de 50 anos. Fiquei esperando a chegada até meus olhos daquela carroça, nem sei porque, mas fiquei, e pude presenciar uma belíssima cena de um homem com uma criança sentados no banco da carroça – não observei se havia algum tapete, tecido que seja sobre o banco para acomodar aquela criança, mas pude perceber e ...

15 ANOS DA MORTE DE MINHA MÃE

  15 ANOS DA MORTE DE MINHA MÃE Hoje, dia 24 de abril 2025, faz 15 anos que minha mãe nos disse adeus e foi ao encontro de Deus. Às 8h da manhã eu e minha irmã estávamos no hospital para vê-la, pois havia baixado um dia antes com o 5º AVC que lhe acometera – dos outros quatro ela superou e seguiu em frente sem grandes sequelas pois caminhava, enxergava bem, pensava embora por vezes seus pensamentos se confundiam e ela entrava no processo de Alzheimer, mas resistia e voltava à lucidez – e a deixou em estado que, conforme os médicos, mais precisamente uma médica nos disse no dia que a levamos para o hospital, que não teria reversão e também no outro dia, quando estavamos lá, depois de a rodeá-la com olhares pesarosos e sabedores o que iria acontecer, eu e minha irmã ficamos ao seu lado, até que a médica chegou e nos deu a notícia ‘lamento lhes informar, mas a D. Jeny não vai se recuperar dessa. Ela pode até ir pra casa, mas o estado dela será esse: vegetativo. Ela até pode estar ou...

DOMINGO DE PÁSCOA EM FAMILIA

                                                       DOMINGO DE PÁSCOA EM FAMILIA JOSÉ FERNANDO MENDES Nesta páscoa de 2025, com um belo e esplendoroso sol, fazendo um dia como sempre é nessa data festiva, recebi, na minha casa, meus três filhos. O mais velho veio com sua esposa e minhas duas netas; minha filha veio com o marido e o enteado, que não ficaram pois foram visitar a mãe em outra cidade, ficou apenas minha filha que não trouxe a neta, sua filha, pois foi, com o namorido visitar a vó do mesmo em uma cidade litorânea; e o meu filho mais novo, que é solteiro. A conversa rolou solta, sobre vários e diversos assuntos. Sugeri bebermos uma caipirinha de vodka com limão feita pelo meu companheiro, especialista em caipirinha, embora não beba, mas faz pra mim todo domingo. A caipirinha f...

O QUE FALARÃO DE MIM!

  O QUE FALARÃO DE MIM! Estava eu desta vez preparando o almoço, e não lavando a louça como sempre acontece as ideias me ocorrerem, veio em meus pensamentos os falatórios das pessoas sobre o Papa Francisco que faleceu semana passada, e assim como todos que morrem, principalmente famosos os comentários acontecem aos borbotões, bons e ruins, bondosos e maldosos, interessantes e idiotas, mas acontecem, não importa quem tenha morrido, nem como morreu, mas falam. Dos famosos fica-se sabendo mais pois estão nas redes sociais, isso que eu leio apenas facebook, e já nem dou conta de tanta coisa para ler. Leio alguns pois sao centenas. Leio mais pela curiosidade de ver exatamente a disposição das pessoas em falar algo da vida de alguém que não mais está aqui para se defender. E nem precisa, pois quando morre, viram santos. Isso serve para todos. A verdade seja dita, e algo me pergunto e sempre me perguntei: por que as pessoas costumam endeusar, suavizar, amenizar e transformar as pessoa...