MACHO E FÊMEA

 MACHO E FÊMEA

Este texto, com este título, surgiu do que vi , do que presenciei, hoje, quando fui levar alguns quitutes (tomates picados, talos de couve picados) para as 23 galinhas e 1 galo que já estão acostumados com esses quitutes bem picadinhos para que todas possam comer, dependendo da agilidade e esperteza de cada uma. Procuro distribuir atirando os quitutes em lugares afastados para que todos consigam alcançar, as galinhas mais velhas - são mais espertas e mais ágeis e as novinhas são obedientes e sabem da hierarquia -, inclusive para o galo, um lindo e elegante galo de 5 meses, enorme, penas brancas, com algumas nuances pretas e amarelas. Mesmo atirando os quitutes perto dele, esse galo, assim como os outros que já fizeram presença no pátio, não tem iniciativa, não tem peito – embora o peito seja imenso, pomposo dando-lhe um ar de poder, só que não – não tem coragem de aproveitar os quitutes, mesmo aos seus pés, pois lá vem elas, alvoraçadas, cocoricando e estabanadamente invadindo o espaço que seria dele, comendo tudo que podiam, sem lhe deixar nada, e ele, assustado e educadamente, sai de perto, deixando-as disputarem o que poderia ser dele, mas por respeito, por serem fêmeas, por serem todas dele, o único que toma conta de todas, com seu domínio de macho sobre sua fêmea e toda a empáfia para satisfazer as necessidades naturais de um macho quando vê uma fêmea.

Elas, esquecendo, não importando em ser ele o dominador ou não, simplesmente o ignoram e não o deixam agir, ou melhor, deixando-o completa e absolutamente sem reação, pois elas, naquele momento, alíás em todos os momentos, a não ser do acasalamento, onde são, naturalmente submissas e compreensivas com ele, sabendo de sua função, sem questionar, embora algumas delas, as mais experientes, com mais de dois anos, não aceitam as suas incursões a todo momento, colocando-o em seu lugar e assim partindo para as outras mais novinhas que aceitam aquele assédio diário e constante.

Assim, aos pulos ele sai da volta e fica observando a loucura delas brigando pelos quitutes, e ele, permissivo, talvez, no pensamento dele (será que eles pensam?) vislumbrando uma cobertura mais adiante, como pagamento por tê-las deixado comer a sua parte.

Vejo isso acontecer diariamente, várias vezes durante o dia e sempre acontece essa cena que me chama atenção e me faz pensar, fazer comparações com todos os gêneros de machos e fêmeas. Os machos se acham os melhores, se consideram os mais potentes, pensam ser os dominadores, mas na verdade, e a mais pura verdade, se submetem às fêmeas, que, elas sim, são dominadoras por natureza, por dom de Deus; as fêmeas são muito mais potentes, em todos os sentidos, até mesmo físico, pois aguentam coisas que os machos não conseguem suportar; as fêmeas são melhores em tudo que fazem, em tudo que se propõem a fazer – não estou pensando apenas nas mulheres, principalmente nelas, mas em todas as fêmeas.

Além da satisfação de colher e comer diariamente deliciosos ovos de galinha de verdade, ainda tenho esses momentos de diversão e entretenimento observando-as e comparando com a vida de modo geral, comprovando minha teoria e pensamento que sempre tive: tudo na vida, em todo e qualquer sentido e situação é a mesma coisa. São ciclos iguais, com tempos diferentes. São personagens com ações iguais. São machos com suas maneiras de agir diante das fêmeas.

Assim é a vida. Assim são todos os machos em relação às fêmeas.

JOSÉ FERNANDO MENDES – 19/7/2025 – 18h:01

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