15 ANOS DA MORTE DE MINHA MÃE
15 ANOS DA MORTE DE MINHA MÃE
Hoje, dia 24 de abril 2025, faz
15 anos que minha mãe nos disse adeus e foi ao encontro de Deus. Às 8h da manhã
eu e minha irmã estávamos no hospital para vê-la, pois havia baixado um dia
antes com o 5º AVC que lhe acometera – dos outros quatro ela superou e seguiu
em frente sem grandes sequelas pois caminhava, enxergava bem, pensava embora
por vezes seus pensamentos se confundiam e ela entrava no processo de
Alzheimer, mas resistia e voltava à lucidez – e a deixou em estado que,
conforme os médicos, mais precisamente uma médica nos disse no dia que a
levamos para o hospital, que não teria reversão e também no outro dia, quando
estavamos lá, depois de a rodeá-la com olhares pesarosos e sabedores o que iria
acontecer, eu e minha irmã ficamos ao seu lado, até que a médica chegou e nos
deu a notícia ‘lamento lhes informar, mas a D. Jeny não vai se recuperar dessa.
Ela pode até ir pra casa, mas o estado dela será esse: vegetativo. Ela até pode
estar ouvindo, sentindo, mas não vai conseguir reagir’ e assim voltamos a nos
sentar e a observando de longe, com aqueles aparelhos todos ligados nela
mantendo-a viva.
Não lembro o que conversávamos,
mas em poucos minutos a médica voltou, chegou perto dela e nos chamou: ‘D. Jeny
não está mais aqui, ela se foi”, desligou os equipamentos, era 10h25 da manhã;
e assim nos olhamos nos abraçamos e não choramos, porque sabiamos ser o melhor
para ela. Seria muito egoismo nosso querermos mantê-la naquele estado, quando
ela mesma falava a vida toda que Deus não permitisse que ficasse dependendo das
pessoas, atrapalhando a vida delas. Pois assim foi. Deus foi misericordioso,
acredito que por toda a vida que ela teve, embora jamais a vimos se exclamar,
reclamar e nunca com pesar, raiva, ódio ou qualquer outro sentimento a não ser
resignação e agradecimento. Por tudo ela agradecia e a ouvia dizer smepre ‘hoje
não foi tão bnom quanto esperava, mas amanhã vai ser’.
Minha mãe não era religiosa, mas
tinha uma fé imensa em Deus. Eis o motivo por Deus ter lhe dado uma maneira até
sem sofrimento de voltar para Seus braços. Tenho certeza disso. Tanto que
acredito ela deve ter escutado o que a médica disse, embora em coma, e ter
decidido desistir de resistir como fez com os outros AVC’s anteriores. Era a
hora dela, assim como vai de todos nós. Todos nós teremos a nossa hora de
deixarmos esse corpo que é apenas uma carcaça e nosso espírito voltar ao Pai.
Estou escrevendo essas palavras,
e não me sinto triste, não tenho saudades dela, pois a tenho o tempo todo junto
comigo em pensamento sabendo que ela estartá sempre junto de mim, consciente de
que fiz tudo por ela enquanto estava viva. Por isso não choro e nem sinto necessidade
de ir até o túmulo onde o corpo, a carcaça dela e de meu pai estão, pois sei que
foi de bem com a vida e sentindo-se amada. Temos que fazer pelas pessoas
enquanto são vivas para não ficarmos nos lastimando quando morrem. Hipocrisia
total entrar em desespero, chorar desvairadamente, enquanto lá dentro de si
está sentindo outra coisa. Naquele dia eu não pensava que minha vida mudaria
completamente.
Eu penso, estou dizendo eu penso,
porque algumas pessoas não vão entender isso, mas eu penso que quanto mais
ficamos com saudades (já escrevi um texto que está no blog e no livro COISAS DE
MENDES), tristes e chorosos ao lembrarmos dos entes queridos que se foram, mais
os deixamos tristes lá em cima, ou seja lá nde estiverem, pois essa carga
negativa de pensamentos tristes não os deixarão em paz. Temos que entender que
quando cehga a hora, não adianta querermos adiar, temos que ir. Não é a nossa
vontade e sim a vontade dEle. Quando morremos apenas deixamos esse mundo
terreno e não faremos mais parte do convívio das pessoas que nos rodeiam. Quem
fica, lógico, é normal ficar triste, mas deve, deve mesmo é se conscientizar
que esse tristeza atrasa a evolução do espírito daquele que nos deixou.
Mãe, logo nos encontraremos, mas,
enquanto isso não acontece, vou viver feliz, pois é assim que tu sempre gostou
de me ver.
JOSÉ FERNANDO MENDES – 24/4/2025 –
18h51
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