IMPULSIVIDADE

 IMPULSIVIDADE

Sentei agora na frente do computador (15h50 do dia 18/01/24) para escrever no Blog e pensei: Sobre o que vou escrever? E nem cheguei a pensar, e veio uma mensagem de uma amiga no whatts dizendo: Sugestão para um texto teu! IMPULSIVIDADE. Imediatamente já decidi que essa seria a palavra a escrever hoje, agindo, assim, num impulso, de forma impulsiva, sem pensar mais nada, a não ser escrever o que teria que escrever conforme me vem à mente. Espero que essa amiga fique satisfeita e corresponda às expectativas sobre o que ela pensou ser importante que eu escreva. Ela disse que se interessa muito por esse assunto, provavelmente por agir dessa forma, impulsiva em alguns momentos de sua vida. Pelo que a conheço, não me parece ser uma pessoa impulsiva, mas devido a várias situações pelas quais as pessoas passam, a impulsividade aflora, nos fazendo agir de forma que nem nós mesmos, depois de já ter feito, pensamos sermos nós a ter feito isso ou aquilo; ter falado coisas que na sã consciência jamais falaria, mas, de forma impulsiva, por diversos fatores que acontecem nos forçando a agir saindo das tamancas e rodando a baiana, surpreendendo as pessoas que estão por perto, as pessoas que estão fazendo parte do momento, e quem sabe até, o motivo dessa explosão de impulsividade.

A impulsividade vem, aflora em nós, quando vemos, escutamos, ou pensamos em algo que nos perturba, que nos incomoda ou que precisamos para nos sentirmos bem. Um exemplo maior é o COMPRAR. As pessoas compram num momento de impulsividade, em que a adrenalina explode dentro de nós ao vermos algo que queremos para satisfazermos nosso eu incomodado necessitado de aconchego e clamando por uma massagem no nosso ego que esperneia por algo que queremos e carecemos. Nem sempre é realmente necessário, muitas vezes é apenas suprir aquela necessidade máxima momentânea, que não se cala, não se aquieta, não se apascenta enquanto não for cumprida sua missão, de nos levar a cometer esses atos impulsivos e nos atolarmos em situações e contas, – isso é o pior, adquirimos contas a pagar que depois do impulso estar suprido, vem o arrependimento e o sentimento de culpa que nos corrói o âmago de nossa alma e do nosso espírito, esmagando nosso corpo e nos fazendo o pior de todos os criminosos, pois gastamos o dinheiro que tínhamos reservado para outras coisas -, mas o nosso outro lado nos diz que era necessário e que nossos atos impulsivos foram de extrema relevância para nos deixarem satisfeitos e com alegria que sobeja a todo e qualquer sentimento de culpa que possa vir a nos acometer.

E não tem preço essa satisfação que o impulso nos proporciona. É bom demais, embora saibamos que pode vir o arrependimento. Sempre teremos argumentos, e perfeitos argumentos caso alguém venha a nos contrariar e tentar nos acusar de tal loucura, seja ela qual for, mas nós a cometemos, não totalmente de sã consciência, mas de sã impulsividade, tomado totalmente pelo maravilhoso poder de certeza e absoluta razão que aquele momento do impulso nos leva a cometer o que pra nós é um bem maior, aos olhos de outras pessoas é algo absolutamente desnecessário e inconsequente.

Nos treinamentos, palestras e cursos que ministrava sobre Atendimento ao Cliente, Como Conquistar e Manter Clientes, sempre orientava meus alunos a conversarem com os clientes para identificarem suas necessidades e saberem identificar o tipo de compra que estava sendo realizada: por necessidade material por estar fazendo falta à casa, ou presente para alguém bem como por tantas outras necessidades, ou por necessidade de suprir a si mesmo agindo na impulsividade. Quando percebia-se que era impulso, a ideia era apressar a venda para que não houvesse o arrependimento; era agilizar a aquisição do máximo de itens possíveis porque a pessoa está sujeita e aberta a todo tipo de argumento que o vendedor está lhe oferecendo. Quando o cliente titubeia, porque veio um lampejo de sanidade, ele tenta recuar, mas o vendedor lança argumentos fatais que o faz, imediatamente abandonar o arrependimento e abraçar a compra de tudo que estão lhe oferecendo. Assim funciona uma venda, quando o vendedor sabe identificar o perfil do cliente, quando o vendedor nasceu com o dom da venda. Muitos tentavam aprender, mas não estava no sangue a capacidade de conseguir persuadir as pessoas a comprarem até o que eles nem precisam, mas foram tão bem convencidos, com o alto poder de convencimento de quem está lhe atendendo que acaba aderindo ao poder da impulsividade e pensando, lá no fundo de seu ser: AH, VOU COMPRAR, ESTOU PRECISANDO. E também outro pensamento que vem imediatamente, já se desculpando: AH, SÓ ESTOU COMPRANDO PORQUE POSSO COMPRAR, TRABALHO PARA COMPRAR O QUE QUERO – eu dizia isso e nos cursos as pessoas confirmavam que dizem isso também. E assim tantos outros pensamentos passam pela cabeça de quem está cometendo o ato impulsivo, não só numa compra, mas numa relação, numa conversa e até, muitas vezes, consigo mesmo. Quantas vezes já deu vontade de atirar algo que estejas nas mãos, fazendo, ou pegando, ou bebendo e num pensamento que perpassou por tua cabeça e deu vontade jogar longe, atirar na parede, jogar no chão e acaba fazendo – eu não faço isso, porque meu raciocínio racional me diz imediatamente que terei de limpar e ficarei sem tal objeto, sendo o limpar o pior de tudo –, acaba jogando para desobstruir o caminho dos pensamentos ruins e se aliviar daquele sentimento que tomou posse.

Quando estamos conversando com alguém, seja pessoalmente ou por outro meio de conversação, é comum nos incomodarmos com algo e metermos os pés pela mãos. Ambas as maneiras tem seus problemas que é difícil eleger qual o pior. Quando estamos longe, jogamos o aparelho longe, quebrando, danificando e perdendo o aparelho, mas nada importa, pelo menos aliviou a ira e quebrou a cara da pessoa do outro lado – até parece. Quando estamos falando tete-a-tete com alguém e algo nos incomoda, nosso modo de agir, nosso rosto, nosso corpo já diz imediatamente, nos entrega que estamos incomodados, e num impulso de ira, de nervosismo, seja qual for a situação, seja qual forem as palavras que o outro tenha se referido, vem a explosão, e aproveitando o impulso adrenalítico nos deixamos proferir palavras do tipo que nem sabemos o que dizemos, porque elas saem de um lugar escondido dentro de nós que nem sabemos que existe – mas existe -. Daí o caos está formado. Tem como remediar? Às vezes, dependendo do interlocutor pode haver remendo, mas muitas vezes esse impulso nos causa danos permanentes, nos causa danos terríveis de serem reparados, podem, com o tempo, sendo contornados, mas a mazela ficou, a nódoa permanece, embora fraquinha, mas ainda age e vai agir por toda uma vida.

A impulsividade nos leva a falar coisas que depois podemos, e quase sempre acontece, vir a nos arrepender; a impulsividade nos leva a fazermos e agirmos de certas maneiras que não é o nosso habitual, não faz parte da nossa personalidade - mas na verdade faz, nós é que a reprimimos - e muitas vezes, logo a seguir vem o sentimento de que não deveria ter feito ou agido de tal maneira - mas a satisfação, lá no fundo fica - é o eu bom brigando com o eu mais ou menos mal. E esses momentos podem ficar marcados, causando cicatrizes irreversíveis e inesquecíveis. 

Tudo acontece porque nos deixamos levar pela impulsividade de um espírito inquieto, rebelde que se aquieta por imposição e necessidade de nos mostrarmos pessoas do bem, pessoas queridas, pessoas tranquilas e confiáveis. Já agi muito pelo impulso em várias e diversas situações. Muitas mazelas me proporcionaram, mas atualmente, não sei se com a chegada da idade e aposentadoria isso me fez perceber que nada disso tem valor. Nada importa mais, a não ser eu estar de bem comigo mesmo, e, eu estando de bem comigo estarei com as pessoas. Agora há pouco, alguns minutos de começar a escrever estava conversando com uma amiga e ela me disse NÃO VOU TE FALAR PRA NÃO TE DEIXAR TRISTE, e respondi a ela PODE DIZER, NADA ME DEIXA TRISTE. E é verdade, sempre fui assim, desde sempre, podem dizer o que for de mim, para mim, podem dar opinião, podem dizer que estou errado ou certo ou o que seja, vou refletir, vou pensar, e decidir se é coerente o que me disseram, então incorporo à minha maneira de viver, mas, se não for, simplesmente deleto e dou feedback para a pessoa.

Caso alguém tenha essa característica da impulsividade – não vou dizer sofrer de impulsividade, não, isso não é um sofrimento, é até um deleite quando deixamos o impulso agir, tomar conta de nós – fique pensando maneiras de conseguir controlar; isso se estiver te incomodando e te causando algum dano físico, moral, espiritual. Não precisa procurar psicólogo, basta se conscientizar que precisa mudar e começar a agir moderadamente e quando vier o tal impulso, manda ele se aquietar e age como se ele nem estivesse ali. Porém, em situações que ele vai te fazer bem, deixe-o tomar conta e conviva com a impulsividade de forma amigável sem causar dano nenhum a nenhuma de vocês.

 

(Texto escrito em 18/01/24 – 16h51)

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