ATENÇÃO
ATENÇÃO
Essa palavra surgiu
agora enquanto revia um outro texto escrito em março, então veio, do nada
ATENÇÃO e eis-me a escrever o que penso sobre essa palavra que tem, assim como
todas, diversas colocações, várias aplicações e significados. Vou começar
falando sobre a etimologia, do meu jeito de pensar: o prefixo A nos remete a
adicionar, somar, acrescentar, a mais (mesmo sem o D), o TE (mesmo junto com o
n) é um pronome oblíquo que nos diz A TI, enquanto que o sufixo ÇÃO é AÇÃO,
como em todas as palavras que terminam com esse sufixo, que nada mais é do que
AGIR, FAZER ALGO. Portanto, juntando temos que atenção é FAZER ALGO A MAIS POR
TI.
Justificando que essa
etimologia procede, mesmo sendo do meu jeito meio estranho de entender, não sei
se quem lê entende e aceita essa maneira, mas sempre funciona e procede, digo,
que toda e qualquer tipo de ATENÇÃO que se tenha é para ALGO ou ALGUÉM, Sendo
assim, quando estamos dando atenção para algo ou alguém estamos FAZENDO ALGO A
MAIS POR TI (pessoa ou algo).
Quando temos interesse
por algo, nos dedicamos e nos informamos sobre tudo para que possamos usufruir
daquilo que queremos da melhor maneira possível. Lemos, pesquisamos, nos
apropriamos de tudo que for necessário para o melhor uso de um objeto, qualquer
que seja, mas toda a energia é dispendida, é voltada para aprendermos sobre
aquilo, nos dando prazer, satisfação, e assim é a atenção que devemos ter para
com as pessoas também, mas, que infelizmente, não é a mesma.
Dar atenção para alguém
é de extrema necessidade e de suma importância para que a outra pessoa sinta-se
importante, perceba que está sendo ouvida, está sendo entendida, está sendo
vista. Mas atenção verdadeira. Não aquela de olhar perdido, que olha sem ver
nada ou apenas o que está no pensamento, mas olha por instinto, por treino, por
hábito. Esse olhar é perigoso, porque se a pessoa percebe, ela vai indagar e
quem está fingindo, fazendo de conta que está prestando atenção vai se
embaraçar toda e não vai conseguir se desvencilhar desse embaraço – ou até
consegue, porque as pessoas estão cada vez mais dissimuladas e desatentas e já
tem as desculpas na ponta da língua – e o clima pode ficar tenso, e dependendo
da situação, pode-se perder um cliente, perder um amigo, ou qualquer coisa que
seja, por simplesmente estar demonstrando uma tremenda falta de atenção, ou
seja, não está fazendo nada a mais por aquele pessoa, apenas enganando-a,
perdendo assim, toda a sua credibilidade, toda a confiança que estava sendo
depositada em ti.
Prestar atenção é se
interessar de verdade, fazer daquele momento único, seja para quem for ou para
o que seja, tem que haver um interesse genuíno e real, assimilando, por mais
árduo que possa parecer, mas deve haver porque é o mínimo que se pode fazer por
aquela pessoa que está à tua frente, ou no telefone, ou seja onde estiver, mas
está exigindo, está precisando de sua atenção.
Descobri, nesse
instante o motivo de me vir essa palavra: fui no médico hoje (glicose anda alta
e oscilante, bem doida, sobe e desce), um clinico geral, pedir encaminhamento
para Endócrino,e fiquei admirado com a atenção dele em tudo que falava – no
final da consulta, que normalmente é de 15 minutos, já ia a 27, anotou meu número
para fazer um pedido de lasanha (já escrevi sobre a lasanha) e logo no início
da conversa comentei que estava escrevendo num Blog e mostrou interesse e
também anotou para acessar, fora o que falava sobre meu histórico do Diabetes e
do AVC, e ele mais adiante comentava, demonstrando um real interesse, o que me
fez gostar do atendimento e acreditar que agora temos um médico que realmente exerce
sua profissão por vocação. Os médicos padecem com as histórias relatadas pelos
pacientes, mas é a função deles, escutar para fazer um diagnóstico e poder
receitar exames, remédios e tudo o que for necessário. Assim como em toda
profissão, sempre precisamos prestar atenção nas pessoas, por mais chato, entediante
que possa parecer, todos merecem atenção verdadeira. Durante meu tempo como
professor eu prestava atenção em cada aluno, tanto que, quando os reencontro
relato situações da época, e são muitos anos atrás, isso porque é meu jeito, me
interessar de verdade pelas pessoas. Assim sou eu, sempre fui e sempre serei.
Esse prestar atenção
verdadeiro já vem com a pessoa, digo que seja um dom, mas é algo que pode ser
adquirido com a prática, com o exercício constante e aos poucos vai se
incorporando na prática. As pessoas estão cada vez mais carentes, mais
necessitadas de atenção. Em todas as idades: as crianças porque os pais
trabalham arduamente para terem uma vida satisfatória ou até mesmo, e concordo,
para sua própria satisfação; os jovens porque já vem desde criança com essa
carência e quando chega essa fase, que por ela própria já é complicada e é ele
contra o mundo e o mundo contra ele, precisa, urge de uma atenção toda especial
para não cair nas garras de um mundo que vem com tudo para mostrar o lado ruim
da vida; os adultos demonstram não precisar, demonstram que são poderosos, que
não tem problemas, que tomam conta de si mesmos, mas no fundo de seu ser estão
clamando por um pouco de atenção de serem vistos, serem reconhecidos pelo que
são e pelo que podem ser se tiverem oportunidade de se mostrar, e o excesso de
concorrência não permite que isso aconteça, formando o caos em suas vidas e nas
vidas de quem os rodeia também; os idosos são os que mais falam, são os que
mais parecem ter necessidades de falar, porque, normalmente, são solitários, já
cumpriram com suas funções na vida e agora só resta aguardar o fim – não é o
meu caso, eu sou falante, mas não aguardo o fim, muito pelo contrário aguardo
cada vez mais algo a acontecer -, e assim, esses idosos acabam tornando-se
pessoas enjoadas, inconvenientes porque não sabem se limitar, não conseguem se
adequar à realidade que vivem, tornando-se indesejáveis, e, por consequência, solitários.
Tudo isso acontece em
todas as fases por que passamos pela falta, cada vez maior, de atenção por
parte de todas as pessoas, em todos os âmbitos de nossas vidas. O jogo de
interesse estabelece a atenção. Quem pode dar mais, quem pode pagar mais,
consegue ter mais atenção. Quem grita mais, quem reclama mais acaba recebendo
mais atenção. Toma lá, dá cá. E nem sempre a atenção está na conversa, está na
negociação, e a solidão continua, e a carência continua e o ser humano cada vez
mais desorientado, perdido sem saber para onde ir, sem saber como seguir em
frente, tudo pela falta da, tão fácil , sem custo algum, sem sacrifício algum,
ATENÇÃO.
O que me parece ao
analisar as pessoas é que dar atenção a um objeto é mais prazeroso do que dar
atenção a uma pessoa. O objeto não fala, não reclama, não reivindica, não quer
mais, além de tantos outros fatores, enquanto que o ser humano faz tudo isso e
muito mais. As pessoas são mal agradecidas, não reconhecem, por isso estão
perdendo o que mais precisam, a ATENÇÃO. Então amigos e amigas, prestem atenção
nas suas ações, no seu jeito de ser; façam uma reflexão e mudem se descobrir
algo que esteja causando essa solidão e a falta de atenção, e deixem que as
pessoas FAÇAM ALGO A MAIS POR TI!
(texto escrito em 17/11/2023)
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