DISLEXIA

 Uma das mensagens que escrevi era sobre filmes, e hoje vou escrever sobre a dislexia, tema forte, preocupante e difícil de ser detectado por quem não tem a sensibilidade de ser uma pessoa, pai e mãe atenciosos para o comportamento de seu filho(a) à medida que ele vai se desenvolvendo, crescendo física, intelectual e socialmente. Chega a fase escolar e as dificuldades se acentuam e nem mesmo os professores detectam o dilema pelo qual a criança, aquele ser que ainda não sabe se expressar, ou não permitem que se expresse, está passando, com um nível de ansiedade e incompreensão elevadíssimo fazendo com que seu comportamento seja de rebeldia, de negativismo, de não aceitação de nada e nem de si mesmo, quando na verdade ele só quer ser visto, ele só quer ser entendido, ele só quer ser alguém igual aos outros, mas não consegue, e ninguém o ajuda, fazendo com que se anule, se isole, se distraia no seu mundo de reclusão participativa com quem quer que esteja a sua volta, sofrendo o tal de bullying porque em casa os pais o repreendem o tempo todo, na escola os professores o criticam e o rotulam com vários adjetivos possíveis frente aos outros colegas, mas com os outros professores os rótulos e adjetivos são maiores ainda. Não são capazes  de procurar entender, investigar, conversar e saber o motivo pelo qual aquela criança está agindo de tal forma. Assim a situação dessa criança vai piorando, vai se sentindo perdida sem saber o por quê todos riem, todos fazem chacota, todos o tratam com desdém, e as crianças têm o dom da crueldade na sua inocência, diz o que está sentindo, e assim o casulo vai aumentando e a dificuldade da transformação se torna cada vez pior. Assim é o mundo de uma criança que tem dislexia, que a dificuldade de entender o q falam para ela, dificuldade de captar a mensagem que as letras e as palavras formam e passam. As letras e as palavras dançam na sua frente, as palavras e as letras são espelhadas assim como o que elas significam. Tudo é tão difícil, e ao mesmo tempo tão desnecessário porque para essas crianças nada mais importa a não ser aquilo que lhes deixa feliz, aquilo que lhe satisfaça fazer, aquilo que lhe mostre o que os outros não conseguem ver. Mas, enquanto não surgir alguém, pais ou professores ou uma alma especial que percebe essas dificuldades e o faça tornar-se participativo lhe dedicando atenção especial por ser especial, passando confiança e a certeza de que ele consegue, ele pode. A baixa autoestima se aloja  nessas pessoas e é difícil conseguir arrancar, porém, não impossível, desde que essa pessoa se dedique e lhe mostre a real capacidade de absorver mais muito mais do que aquilo que ele já tem o dom, dado por Deus, em realizar em fazer.  Eu tive um caso bem parecido com esse numa turma de quarta série, dava aula de matemática, com todos repetentes no mínimo três vezes, e o pior deles era cinco vezes, 18 anos, frequentava APAE, e foi um dos trabalhos mais árduos e delicado que tive, mas o que me deu o maior retorno pelo esforço e dedicação. Essa temática foi desenvolvida e mostrada num filme da Índia, COMO ESTRELAS NA TERRA. Peguem lenço porque é emocionante demais, pelo menos pra mim foi. Mostra todo o esforço de um professor, daqueles que nasceu pra isso, porque a grande maioria só faz a parte de passar conteúdo, e olhe lá nem sempre fazem isso, em busca da ajuda e a realização da transformação do menino.  É lindo demais. Convoco a todos a verem esse filme, vale a pena, principalmente para quem é pai e mãe e professor(a). Para verem além daquilo que estão vendo.   

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