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Mostrando postagens de junho, 2025

A BELA SOLITÁRIA DE VERMELHO ESCARLATE

  A BELA   SOLITÁRIA DE VERMELHO ESCARLATE Saí de casa para comprar açúcar demerara, que há dias estou precisando repor, pois hoje, só tem uma dose. Mesmo com o tempo não muito firme saí. Aproveitei que tinha um vento forte, daquele que vem para levar a chuva pra longe e nem guarda-chuva peguei como precaução, confiando na intuição. Dobrei a esquina e fui descendo a rua. Antes de chegar na outra esquina, já me chamou atenção aquele vermelho escarlate que se destacava do verde das árvores, e das demais coisas que estavam à sua volta, chamando-me atenção pois era um tom muito lindo. Aos poucos fui chegando mais perto e vislumbrando aquela beleza solitária. Mesmo sozinha abandonada, não se mostrava triste, muito pelo contrário, demonstrava altivez e rebolava-se toda, se ostentando com as lufadas de vento que a fazia ondular e voltar à sua pose austera e abusada de tão bela. Antes de atravessar a rua, olho para os dois lados, mesmo sendo domingo, todo cuidado é pouco, visto qu...

UM CAVALO, UMA CARROÇA, UM HOMEM E UMA CRIANÇA

UM CAVALO, UMA CARROÇA, UM HOMEM E UMA CRIANÇA Acabei de presenciar, da janela do meu quarto, uma cena linda, singela e incrivelmente maravilhosa, em se tratando dos dias de hoje, onde não mais dão valor às coisas da natureza, optando pela praticidade, conforto, rapidez e até mesmo status de um carro. Cheguei na janela do quarto para ver o motivo do alvoroço dos cachorros, que não precisa muito para ficarem enlouquecidos e latindo alucinadamente, e eis o motivo: vinha adiante, mais na esquina – minha casa localiza-se bem no meio da quadra – uma carroça. O som do galopar do cavalo ecoava forte e firme sobre os paralelepípedos já desgastados e irregulares da rua calçada há mais de 50 anos. Fiquei esperando a chegada até meus olhos daquela carroça, nem sei porque, mas fiquei, e pude presenciar uma belíssima cena de um homem com uma criança sentados no banco da carroça – não observei se havia algum tapete, tecido que seja sobre o banco para acomodar aquela criança, mas pude perceber e ...

15 ANOS DA MORTE DE MINHA MÃE

  15 ANOS DA MORTE DE MINHA MÃE Hoje, dia 24 de abril 2025, faz 15 anos que minha mãe nos disse adeus e foi ao encontro de Deus. Às 8h da manhã eu e minha irmã estávamos no hospital para vê-la, pois havia baixado um dia antes com o 5º AVC que lhe acometera – dos outros quatro ela superou e seguiu em frente sem grandes sequelas pois caminhava, enxergava bem, pensava embora por vezes seus pensamentos se confundiam e ela entrava no processo de Alzheimer, mas resistia e voltava à lucidez – e a deixou em estado que, conforme os médicos, mais precisamente uma médica nos disse no dia que a levamos para o hospital, que não teria reversão e também no outro dia, quando estavamos lá, depois de a rodeá-la com olhares pesarosos e sabedores o que iria acontecer, eu e minha irmã ficamos ao seu lado, até que a médica chegou e nos deu a notícia ‘lamento lhes informar, mas a D. Jeny não vai se recuperar dessa. Ela pode até ir pra casa, mas o estado dela será esse: vegetativo. Ela até pode estar ou...